FUGHETTI LUZ

Pioneiro do rock gaúcho, Fughetti Luz fala ao MusicaTri com exclusividade durante a audição do seu novo CD. Fundador do Liverpool e Bixo da Seda, o "Fuga" é um dos representantes da música de qualidade feita no Rio Grande do Sul. Vivendo fora de Porto Alegre há dois anos, ele pretende continuar compondo e mandando sua mensagem por aí: paz, rebeldia e Rock.
* A relação com a arte foi muito forte. * Principalmente Van Gogh, mas a dança, o ballet também. Bate muito forte, me identifico muito com o jeito dele pintar, de jogar. Ele joga, entendeu? Fiquei mais forte na minha forma de expressar.
* As cores, os matizes geraram o Bixo da Seda? * Os matizes geraram o Bixo da Seda. Só que geraram o Fughetti Luz. O Bixo foi o primeiro caminho, após essa banda, para amadurecer mais ainda, porque gravamos mais um elepê. Aí começei a sacar minha escrita. Era tudo muito rápido, tinha que gravar em duas semanas. Fomos para o sítio do Renato Ladeira, em Itaboraí, logo depois de Niterói, e ficamos compondo e tocando sem parar. Minha escrita estava se fortificando, as letras eram mais fortes. Eu queria responder, mesmo, era pelo meu nome. Quando tu és garoto, tem qualquer nome. A gente amadurece cada vez mais, de acordo com o que se está vivendo. Escrevi muita coisa da Europa. Minha poesia tem o que vi e vivi. Escrevo o que vivo.
* Como o Fughetti traduziu isso? * Traduzi fortificando minha música, o nosso trabalho musical, o profissionalismo. A música traz isso. Eu, como Fughetti Luz, procurei músicos desse nível profissional como o Duca Leindecker, o Zé Natálio. Hoje a juventude está mais esperta. Fortifiquei minha arte, principalmente a poesia. Passei a trabalhar o idioma, dizer coisas, tudo é energia, estar na sintonia. Sacar o que está no ar e pegar. Precisa estar sintonizado.* A arte é pouco difundida nas rádios... * Têm cabeças preconceituosas dentro das rádios, têm panelinhas. Isso no futuro vai acabar. Hoje eles acham que a arte vem depois. Eles pensam e sentem assim e a rádio vem depois, então boicotam, cortam. Estou numa fase da minha vida que estou pouco ligando para eles. Consegui fazer meu nome, tudo correu normal, natural com todos os prós e contras, numa boa. Não me preocupo com eles, parados no tempo, não gosto de cinismo, de gente negativa, que joga para trás. Se não quiserem tocar minha música, tudo bem, mas sempre tem um que toca o Bixo da Seda e Fughetti Luz e amanhã serão dois e eles abrirão à humanidade o caminho da arte.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Claudia;

Muito bom o post. Uma boa fonte de informações sobre o Fughetti é o songbook de Gilmar Etelvein: Fughetti Luz - O Rock Gaúcho, editado pelo autor e o Fumproarte. Pode ser encontrado em sebos e livrarias, pela internet. Há um interessante resumo, que pode ser acessado nesse link:

http://pt.shvoong.com/books/biography/1954707-fughetti-luz/